domingo, 20 de março de 2011

A KOMBI QUE FEZ O DONO FELIZ...

A Kombi é um carro estranho, você não acha? Aquela frente reta e a direção enorme, faz com que o motorista pareça estar dirigindo um ônibus ou caminhão. É um veículo sem linhas arrojadas, algo que distoa dos prazeres masculino e feminino em relação a um automóvel. Essa sempre foi a impressão que tive desse veículo que data dos anos 50 do século passado.
Mas não vou falar aqui do que acho sobre esse veículo, mas da kombi de um amigo. Esse tem histórias para contar! E vou narrar aqui algumas das peripécias que ele fez com essa sua fiel companheira. E que companheira... Só para não comprometê-lo, vou mudar o prenome dele. Aqui ele se chamará Paulo.
Paulo é um grande amigo de infãncia. Batalhador, tornou-se industrial e vive hoje pelo interior paulista. Começou de baixo, administrando, fabricando e vendendo. Fazia de tudo. Hoje, dá-se ao luxo de administrar a empresa que criou e também manter contato com alguns de seus clientes mais importantes.
No início da carreira, ele comprou uma kombi antiga. Se não me engano, ela era dos anos 60. O fato é que ela era bem antiga! Antiga, mas propiciava cada coisa!
Bem, há uns 25 anos esse meu amigo lotava o veículo dos produtos que comercializava e rodava pelas cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais. No caminho, conhecia pessoas de todos os tipos nos postos de gasolina em que parava para abastecer e também nos locais em que despachava o produto solicitado pelos mercados e supermercados.  E assim ia ampliando o seu leque de relacionamentos. Eu sei que já viajei com ele e sempre via veículos buzinando para ele e ainda tinha a "impressão" de ouvir vozes femininas gritarem "Paulinho". É, não era só impressão.
Mas o que eu não imaginava é que esse meu amigo conhecia muitas, e bota muitas nisso, garotas. Desde aquelas que ficavam à margem da estrada até aquelas que frequentavam boates, discotecas, barzinhos ou ficavam nas ruas... Aquele era um Dom Juan das moças carentes dos bares, danceterias, ruas, estradas e casas de Minas e São Paulo. Quem olhasse para ele e para o carro jamais diria isso. Era um cara tranquilo, meio caipira e de kombi. Mas fazia sucesso!
É evidente que um empresário só se torna bem sucedido se tiver lábia e souber expor o seu produto. E parece que aquelas moças se apaixonavam pelo "produto" que ele oferecia. Ele fazia amizade com cada beldade. Vi as fotos de algumas com quem ele viajou, ficou, saiu e namorou. Foram tantas as transações comerciais que ele perdeu a conta dos milhares. Era um comerciante nato. E ele sempre conhecia essas mulheres, algumas não tão bonitas, mas algumas que lembram modelos de comercial de tevê, quando estava acompanhado de sua fiel kombi. E não é que essas moças, ludibriadas pela lábia desse meu amigo, acabavam gostando, e muito, digamos, da kombi?
A kombi não era apenas o veículo que o conduzia até essas mulheres. Era uma espécie de motel ambulante. Sim, motel. Como ele estava no início da vida profissional, não tinha muita grana e precisava economizar ao máximo. Ele parava nos postos, nas estradas de terra, na beira das rodovias e nos drive-ins, e lá realizava as transações comerciais. Algo que exigia tempo e atenção. O negócio necessitava ser prazeiroso para as duas partes. A verdade é que, segundo ele me conta, quem cedia tinha prazer e quem arrematava também. E essa transação lenta chegava a demorar duas horas. Imagine uma kombi encostada no acostamento por duas horas, balançando. E devia fazer barulho, pois ele nunca foi muito chegado em fazer manutenção. Fico imaginando o carro rangendo sem parar... É, pode-se dizer que essa relação comercial era movimentada!
Quem vê esse meu amigo, hoje, sóbrio, de cabelos grisalhos, engravatado, jamais diria que ele já foi o que chamamos, hoje, de um ousado "guerreiro". Bem, tenho que confessar que hoje ele mudou muito, casou-se e guardou sua relíquia na garagem de casa. A esposa nem imagina as histórias havidas e vividas no interior daquele carro.
Agora, eu me pergunto, para que ele guarda aquele carro até hoje? Bem, pode ser que lá ele realize alguns dos deveres matrimoniais para sair - ou entrar - na rotina.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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