Para finalizar as filmagens do longa-metragem 'A Última Estação', Márcio Curi parte para Beirute em abril. O filme, que mostra a trajetória do imigrante libanês Tarik, deve ser concluído em julho.
ANBA- Agência de Notícias Brasil-Árabe
Marina Sarruf
Márcio Curi durante as gravações
São Paulo – Tarik ainda era um menino quando foi obrigado a deixar o Líbano, na década de 50, e migrar com a família para o Brasil, onde ganhou um novo lar. Essa é uma história comum de ser ouvida pelos filhos e netos de imigrantes libaneses que vivem no Brasil, mas desta vez ela ganhou vida nas mãos do diretor de cinema Márcio Curi, que vai ao país árabe em abril terminar as filmagens do longa-metragem A Última Estação.
O filme, que vem sendo filmado desde julho do ano passado, é uma narrativa fictícia, que conta a trajetória de Tarik, que meio século depois de sua chegada no Brasil resolve ir atrás dos amigos libaneses com quem fez amizade no navio. Como cada um foi para um lugar diferente no país, o filme traz imagens de Paulínia, em São Paulo; Anápolis, em Goiás; Ilhéus, na Bahia; Belém, no Pará; e em Brasília, capital federal.
De acordo com Curi, foram realizadas entrevistas com 15 famílias de origem libanesa nas cidades filmadas. “A partir dessas histórias, da saga de cada uma, o roteirista Di Moretti construiu o roteiro”, afirmou o diretor, que é neto de libaneses por parte de pai.
“Os personagens não têm um correspondente real, mas o filme reúne fragmentos de histórias verdadeiras”, acrescentou Curi. Segundo ele, as filmagens no Brasil já foram concluídas, mas agora faltam algumas cenas no Líbano, onde será filmado o início da história. Além de Beirute, Curi quer gravar numa aldeia pequena fora da cidade, para tentar retornar à década de 50.
Mesmo sendo neto de libaneses, essa vai ser a primeira viagem do diretor ao Líbano. Curi também não fala árabe, apesar do filme ter cerca de 30% dos diálogos em árabe. “Durante as filmagens aprendi algumas palavras”, disse ele, que aprendeu com o ator libanês Mounir Maasri, que faz o papel de Tarik, personagem principal.
Segundo Curi, a ideia do roteiro de Di Moretti foi inspirada na trajetória do sogro do roteirista, um imigrante libanês que vive no Brasil. “É a primeira vez que eu me envolvo com as minhas origens, meus antepassados, num filme”, disse o diretor, que já trabalhou na produção de oito filmes e está no mercado há mais de 40 anos.
A Última Estação deve ser concluído em julho tem co-produção da Asacine e Cinevideo. O filme deverá ter em torno de 90 minutos e vai abordar ainda questões religiosas, como a convivência entre cristãos e muçulmanos no Brasil. Segundo Curi, o público pode esperar por uma história emocionante, cheia de sentimentos.
Curi pretende fazer um pré-lançamento em clubes e entidades de origem libanesa. Ele pretende ainda levar o filme para os países árabes.