Vivemos numa sociedade doente, onde se valoriza a violência. Os policiais passam a ser os heróis, os crimes viram manchetes e as drogas viram fonte de prazer. A salvação? Medicamentos e fórmulas, esquecendo-nos da alma, fonte primeira de preocupação da medicina antiga.
Vivemos numa sociedade que está à beira da morte. As relações são voltadas ao consumo. A fraternidade tornou-se pura teoria, bonita de se pregar, mas não de se realizar. E a depressão e a solidão são doenças modernas que matam mais e mais os membros dessa sociedade perdida. Propala-se a morte silenciosa.
Vivemos numa sociedade do vazio, onde a cultura e a educação são esquecidas. Valoriza-se o puro entretenimento. Os grandes e ardilosos marqueteiros e os que conseguem evidência momentânea são bem pagos e queridos pela sociedade. Porém, aqueles que divulgam a cultura e a educação são desprezados pela maioria. É o retrato do vazio absoluto.
Vivemos numa sociedade inconseqüente, que caminha para o fascismo, que prega a eugenia, que massifica e desconsidera os que são diferentes. As conquistas dos direitos humanos tornam-se, aos poucos, cada vez mais, letra morta. Cometemos os mesmos erros do passado, mesmo tendo a experiência do sofrimento.
Vivemos numa sociedade do abandono. Do abandono dos ideais. Do abandono da noção de sociedade. Do abandono dos valores tão caros ao ser humano. Abandona-se as pessoas à própria sorte.
Vivemos numa sociedade que se auto consome e que se putrefará sem deixar nada de útil à natureza ou às gerações futuras. Vivemos na sociedade do vazio e do tempo perdido. Do nada absoluto e da infinita ausência.