domingo, 10 de outubro de 2010

DILMA ROUSSEF OU JOSÉ SERRA?

Dizem alguns que PT e PSDB são muito parecidos. Creio que não. Eles têm algumas semelhanças, mas reúnem muitas diferenças.

O PSDB de Mário Covas era mais à esquerda. Com o tempo, o partido oriundo de dissidência do MDB de Orestes Quércia, então considerado de esquerda, foi caminhando ao centro, principalmente após as coligações com o antigo PFL, hoje DEM. Não se pode dizer que Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin, Aécio Neves e Tasso Jereissati componham a ala esquerda do PSDB. São a favor da privatização e da participação da iniciativa privada em muitos negócios públicos, em razão da eficiência, dizem. O menos à direita, hoje, sem dúvida alguma, é o ex-governador José Serra, com seus assessores mais preocupados com questões de direitos humanos, incluindo aí segurança e saúde públicas, mas adotando também uma política menos fortalecedora da coisa pública que a adotada pelo governo Lula. O ex-governador ocupou diversos cargos em sua vida política. Já foi prefeito, senador, deputado e ministro, além de governador. Porém, dizem que o candidato do PSDB não tem um programa definido. O certo é que se o Serra perder a eleição, o PSDB caminhará sem volta para o posicionamento de direita.

Dilma Roussef não ocupou cargos eletivos, mas somente burocráticos. Oriunda do PDT de Leonel Brizola, ingressou no PT gaúcho a convite, graças à sua eficiência administrativa. É ligada à política, mas do outro lado, do lado executivo, daqueles que planejam e trabalham em silêncio. Hoje, assume a grande responsabilidade de ser a herdeira do governo Lula. É ligada ao ex-ministro Palocci. O problema que assume foi o de ser desconhecida do grande público até assumir a chefia da Casa Civil do governo federal. Provavelmente será uma política que faz, mas sem o carisma de Lula. E devido a isso, se eleita, dificilmente se reelegerá.

Os dois partidos são grandes e inchados.

A grande diferença que vejo entre os dois partidos é a conotação que darão à política externa em seus governos. O PT adotou uma política externa arrojada. Hoje, o Brasil é visto como uma potência em crescimento e o nosso líder, embora operário, é respeitado por todas as gentes. Nos aliamos a diversos países que jamais ousaríamos fazê-lo em outras épocas. E o resultado disso é que a crise mundial afetou muito pouco o Brasil. Realmente, os efeitos das crises nos Estados Unidos e na zona do Euro foi uma marolinha e não um tsunami. O Brasil recebe investimentos como nunca e é citado diuturnamente nos principais jornais de todo o planeta. E o faz responsavelmente, sem precisar comprar armas desesperadamente, como fazem alguns de nossos vizinhos. O Brasil é respeitado pelo poder econômico e pela sua trajetória histórica, e não por seu poderio militar.

O PSDB adota uma política externa mais tímida e menos ousada. Vide o período do ex-presidente FHC. O Brasil continuaria a crescer, mas sem tanta ostentação no panorama da mídia internacional. Com ele, provavelmente teríamos problemas com alguns de nossos aliados, como Venezuela, Bolívia, Equador, Paraguai, Irã, Síria e países africanos. Por outro lado, é possível que amplie a relação econômica com os países da América Central.

Como se percebe, os dois candidatos se somam. Têm semelhanças e diferenças, mas somados seriam a melhor alternativa ao país.

As semelhanças não estão apenas em alguns dos aspectos mencionados acima, mas principalmente na visão católica que esses líderes pretendem adotar em seus governos. O Brasil, uma país laico, caminha no sentido inverso da democracia, rumo a uma visão direitista, limitadora de direitos, tudo em função de dogmas pregados por algumas das principais fés adotadas pelos brasileiros. O governo não pode ser a favor ou contra o aborto. Deve deixar isso a critério do congresso nacional. É lá que essa questão deve ser discutida. O mesmo ocorre na questão da união homoafetiva.

Se esses líderes pretendem colocar o Brasil no rumo de um país fortalecido democraticamente, deveriam apelar menos ao senso religioso do povo, e mais a decisões que todos os brasileiros esperam, como valorização da educação, fortalecimento econômico do país e da saúde pública.

Infelizmente, há pouca discussão de programas, preocupando-se esses líderes em parecerem-se mais ou menos simpáticos a um punhado de eleitores que votam não em programas, mas em personalidades “simpáticas” ou “agradáveis”. Estariam Dilma e Serra querendo os votos dos eleitores de Tiririca? Espero que eles repensem sua campanha e se preocupem com os votos dos eleitores que depositam na urna a esperança de um país melhor para todos os brasileiros. É o que o Brasil e os brasileiros merecem e, em sua maioria, esperam.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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