Transcrevo abaixo a reportagem publicada no portal ARABESQ sobre a Miss EUA de 2010, nascida no Líbano, naturalizada estadunidense e de família muçulmana.
A vitória da jovem é um claro sinal de mudança nos Estados Unidos. Mas forças de extrema direita, retrógradas e que defendem interesses outros que não os dos próprios Estados Unidos, a acusam de ser ligada ao grupo libanês Hezbollah, que parece ser um verdadeiro absurdo. Um grupo político de um país iria financiar uma candidatura de miss num país democrático? De miss? Se ainda fosse um filme ou um político, vá lá. Parece piada de mau gosto.
Outra acusação é que a miss EUA 2010 teria participado de concurso de strip tease. A verdade é que a sociedade americana é aberta e a jovem participou de um concurso de dança sensual, mas não strip tease. Agora, puni-la por fazer o que as moças estadunidenses fazem é o máximo da hipocrisia e uma desculpa para o preconceito contra árabes e muçulmanos que a direita estadunidense tenta impor a toda a sociedade dos Estados Unidos. Não suportam o negro Obama e também não suportam uma miss de origem árabe e muçulmana. Não suportam a tolerância e têm medo de enfrentar os iguais.
É, Estados Unidos. Um novo enfrentamento à vista. Antes foi o preconceito contra os negros. Agora aviva-se a insensatez contra os árabes e descendentes. Bem, leia a matéria abaixo. Boa leitura.
Passados menos de 24 horas após ser eleita Miss Estados Unidos, a jovem de 24 anos Rima Fakih, que em primeiro momento foi considerada o símbolo da diversidade e tolerância nos Estados Unidos, passou a enfrenta acusações contraditórias ao extremo pela mídia norte-americana contestando o seu título.
Enquanto sites judaicos acusavam a imigrante libanesa de estar ligada a grupos extremistas religiosos xiitas no Líbano, tendo entre seus parentes membros do Hezbollah, a mídia americana acusava-a de vulgaridade mostrando imagens de sua participação em um concurso de strip-tease nos Estados Unidos.
Extremista islâmica
O portal "Jewish Internet Defense Force" (Força de defesa judaica na internet) atacou a jovem dizendo que "era um dia obscuro para os EUA" por conta do triunfo de Rima, que foi acusada pelo grupo de apoiar o fundamentalismo islâmico.
A advogada e comentarista política Debbie Schlussel chegou inclusive a afirmar que a própria miss era uma defensora das atividades do grupo armado. "Fontes de inteligência confirmam que pelo menos três parentes de Fakih são atualmente dirigentes do Hezbollah, e que pelo menos oito membros de sua família foram terroristas do Hezbollah mortos por Israel nas últimas guerras entre Israel e Líbano".
Striper
Por outro lado fotos reveladas pelo site da rádio MojointheMorning mostram Rima Fakih, em poses consideradas “pouco consentâneas” com os apertados critérios da organização do Miss America, liderada pelo milionário Donald Trump.
"Temos algumas fotos que ainda não foram divulgadas mas não as vamos enviar à organização. Quando perguntámos se isto poderia tirar-lhe a coroa disseram-nos que não podiam fazer comentários", disse um representante do site MojointheMorning, alegando que as vestimentas e pouses usadas pela jovem no concurso de strip-tease não mostram nada a mais das usadas no Miss Estados Unidos.
Realidade
Rima Fakih foi escolhida Miss EUA por um júri de celebridades, incluindo o empresário Donald Trump, que é um dos organizadores da competição. Rima participou e ganhou o concurso de beleza representando o Estado de Michigan, para onde se mudou com sua família em 2003 após crescer em Nova York, onde estudou em uma escola católica apesar de a sua família ser de origem muçulmana.
Primeira Miss EUA de origem árabe, Rima explicou aos organizadores que a sua família celebra tanto as festas cristãs quanto as muçulmanas. "É algo histórico", declarou Imad Hamad, diretor regional de uma organização que luta contra a discriminação aos árabes-americanos (AAADC).
“Ao crescer, a minha mãe (Nadia) e a minha família me mostraram que o que temos dentro de nós é mais importante do que o exterior” disse Rima em entrevista ao jornal Arab-American.
“A minha família me ajudou a pagar as despesas para participar dos concursos, eu tive que vender o meu carro por 1200 dólares, dos quais usei 1100 para pagar as despesas e com os outros 100 convidei a minha mãe para um restaurante japonês”.
Rima nasceu na pequena aldeia de “Sarifa” no sul do Líbano de onde emigrou ainda criança com seus familiares em busca de uma vida melhor.
É diplomada em economia e queria ser advogada. Seus hobbies são viajar, dançar e fazer kickboxing, segundo os organizadores do concurso.