segunda-feira, 5 de abril de 2010

O ESPANHOL E ALGUMAS QUESTÕES GEOPOLÍTICAS

Muito tempo atrás era chique ser contra o imperialismo. Aprendia-se o francês e o russo, pensando que com isso ia contra a onda imperialista. Ledo engano, pois tanto a França quanto a então União Soviética eram imperialistas, vendiam armas e exploravam da pior forma o ser humano. Na verdade, não havia muita diferença entre um império e outro. Apenas a língua e o sistema econômico é que os diferenciava.


Hoje, pós-era Bush, o espanhol e o árabe se tornaram as línguas anti-império. Duas línguas tão distintas e de certa forma distantes.

O árabe tornou-se importante porque o mundo muçulmano, que fala predominantemente o árabe, foi objeto de ameaças e invasões por parte da maior potência militar e econômica do planeta. E daí vieram as resistências e a importância nos noticiários. Além disso, as causas árabes, como a da Palestina, a do Iêmen e a do Saara Ocidental, são amplamente apoiadas pela intelectualidade, mas não pela mídia conservadora e oportunista que comanda o mundo das agências noticiosas.

Mas, como diria Noam Chomsky, é na América Espanhola, incluindo a portuguesa, representada pelo Brasil, que está ocorrendo o movimento mais interessante do planeta. Um movimento verdadeiramente social e anti-imperialista.

Bolívia, Paraguai, Nicarágua, Equador, Venezuela e El Salvador, acompanhados de perto do Uruguai, Argentina e Brasil, estão revitalizando o continente e tentando posicionar-se livremente no aspecto econômico e geopolítico. E, por sorte e com o apoio dos países latino-americanos, o Brasil desponta como o grande líder regional e firma-se como uma importante economia mundial.

Hoje, a América Latina está na moda, assim como o Brasil. Depois de séculos sendo explorado, o continente inicia o processo de libertação e iniciação no mundo político de forma ativa, conseqüente e independente. E o Brasil, ao mesmo tempo em que vê o continente libertar-se e reivindicar inclusive contra os seus interesses (Itaipu x Paraguai; Petrobras x Bolívia e Empreiteiras brasileiras x Equador), cresce assustadoramente, graças à ampliação das exportações para o Oriente Médio, África e a própria América do Sul. É o momento do Brasil despontar, apoiado pelos países mais à esquerda e também pelos mais centristas. O grande rival do Brasil, ao contrário do que dizem, não é a Venezuela ou o México, mas a Colômbia.

Enquanto o Brasil quer mostrar sua importância geopolítica, a Colômbia visa aumentar a parceria com os Estados Unidos e fortalecer-se econômica e militarmente. A Venezuela sabe que o seu crescimento econômico e de área de influência é extremamente limitado, assim como o México, que viu o acordo do Nafta levá-lo a uma estagnação. As bases colombianas, próximas do Brasil, servirão de base para os interesses militares e geoestratégicos dos Estados Unidos, a maior potência militar do planeta azul.

A Venezuela que percebeu o poder de influência do Brasil, tornou-se grande importador de produtos fabricados no nosso país, colaborando com o nosso crescimento inclusive em grau de importância estratégica.

A maioria dos países independentes e de esquerda, incluindo os da América Latina, desejam ver o Brasil liderar o hemisfério sul.

Ao mesmo tempo em que se desenha toda essa nova ordem geopolítica, verifica-se que a esquerda fala, majoritariamente, o espanhol. A Espanha, governada pelo socialista Zapatero, fala o espanhol, assim como a Argentina, o Equador, a Bolívia, a Venezuela, o Paraguai, o Uruguai, a Nicarágua, Cuba e El Salvador. Grandes pensadores de esquerda escrevem em espanhol, como Eduardo Galeano. Uma mídia independente e poderosa, como o El Pais e a agência de notícias da Espanha, EFE, crescem em grau de importância.

A América Latina, o continente mais disputado e que mais se desponta, fala majoritariamente adivinha que língua: sim, o espanhol.

Agora é moda aprender a falar e a escrever espanhol. Mas mais do que isso, é necessário conhecer essa língua e ver como pensam os grandes escritores, importantes intelectuais e influentes líderes.

Ver o mundo sob a ótica de países emergentes e que se libertam é importante para compreender todo o drama causado pela colonização e o imperialismo. É hora da América Latina se libertar, assim como nós mesmos de nossos pensamentos viciados, equivocados e pouco aprofundados. É hora de vivenciar e aprendermos história. É hora de aprender ou, ao menos, tentarmos compreender o espanhol, a língua que hoje representa a libertação das amarras do imperialismo.

E que o Brasil não se esqueça da importância da língua irmã espanhola. O ensino infantil dessa língua deveria ser primordial, para fortalecermos não só os laços econômicos com os nossos vizinhos, mas também e principalmente o político, já que o apoio da América Espanhola é imprescindível para todas as nossas causas, inclusive e principalmente a cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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