O preconceito contra outros povos sempre esteve presente no cotidiano dos impérios e também no dia-a-dia de alguns países que se consideram mais evoluídos que os outros. Se hoje o preconceito se volta contra os árabes, os muçulmanos, indianos e os negros, não podemos nos esquecer de que até pouco tempo atrás também era direcionado frontalmente ao povo judeu, culminando no fatídico holocausto.
Israel foi criado pouco tempo depois do fim da segunda guerra mundial, graças à pressão política e influência econômica dos sionistas. E hoje Israel, criado para dar paz e segurança aos judeus, propicia justamente o contrário. Tudo parecia levar a crer que Israel seria a razão da tranquilidade do povo judeu, mas infelizmente não parece ser a realidade.
Não se pode esquecer do aumento dos movimentos neonazistas nos países Europeus, incluindo a Rússia, nem se pode abstrair de uma realidade hodienda: das pichações nazistas feitas no próprio solo de Israel, lugar criado para dar paz aos judeus. Esses atos de vandalismo não são feitos por muçulmanos ou palestinos, mas por russos que ganharam a nacionalidade israelense em razão da ascendência judaica. Você acha um absurdo judeus ou descendentes fazerem isso? Também acho, mas infelizmente é a realidade oriunda da globalização das futilidades, da ganância do poder e da falta de cultura e informação.
Enquanto Israel provoca os vizinhos árabes, em especial os palestinos, os seus inimigos crescem em força e em número muito longe das fronteiras. São os neonazistas, os neofascistas e a extrema direita cristã que vêm se fortalecendo em países do então chamado primeiro mundo, com economias em declínio e um crescente ódio às próprias minorias e também de outros países.
O governo sionista deveria se preocupar com a segurança judaica e não apenas com o crescimento de Israel segundo uma visão bíblica da grande Israel. Hoje, é muito mais fácil o Estado judeu criar relações crescentes de confiança com os seus vizinhos árabes do que com os distantes racistas disfarçados de nacionalistas ou de movimentos religiosos.
O tão famoso serviço de inteligência externa de Israel não percebeu o risco que o povo judeu corre. Nisso eles não estão só. Os latino-americanos, os árabes, os africanos, os indianos e os muçulmanos são parceiros, ainda que inconscientes. São minorias que sofrem e sofrerão cada vez mais o preconceito de parcela crescente da população dos países decadentes economicamente.
O governo de Israel, pode-se dizer, não vem se preocupando com a real segurança dos judeus, mas apenas com o ilegal crescimento territorial de um pais que foi criado artificialmente tão somente para albergar um povo discriminado por longo período na história da humanidade. Os governantes daquele país têm, sucessivamente, praticados atos horrendos. Invadem, expulsam e criam inimigos. Não agregam, mas desagregam. Não honram a história de muitos judeus ilustres, mas denigrem a imagem e se aproximam dos radicais fascistas. E, o pior, não olham mais longe, para perceber o crescimento dos neonazistas e neofascistas. Eu sei que muitos governantes neofascistas, hoje, apoiam Israel, mas por quanto tempo? Enquanto economicamente for conveniente? Enquanto a propaganda do cinema estadunidense surtir efeito? Mas por quanto tempo essa propaganda da importante comunidade judaica americana será veiculada? Não se pode esquecer de que os fascistas nunca primaram pelo equilíbrio e o respeito às diferenças, muito pelo contrário, tampouco a extrema direita e os neonazistas.
Quando muitos intelectuais dizem que Israel se enfraquece com a sua política externa e interna, parece haver muita verdade em tais afirmações. Em paralelo, o povo judeu e não apenas os israelenses parecem que voltarão a frequentar o balaio dos discriminados e injustiçados.
Está mais do que na hora de Israel devolver os territórios ocupados da Palestina, Síria e Líbano e também desocupar as colônias da Cisjordânia. Está mais do que na hora daqueles povos se darem as mãos em respeito a um passado de relativa harmonia na região, protegendo-se e unindo-se contra a forte e silenciosa onda de racismo que a extrema direita das ainda atuais potências militares e econômicas, embora decadentes, propaga. Está na hora de haver paz. Está na hora de agregar os historicamente injustiçados. Está na hora de haver um fortalecimento contra o risco de novas barbáries mundiais, mais próximas do que imaginamos, infelizmente.
Nisso, o governo de Israel poderia ajudar, e muito, o próprio povo judeu.