São Paulo sofreu com as chuvas; enchentes; falta de luz; apagão das provedoras de acesso à internet; prejuízo nos lares mais chiques, nos lares das favelas e no comércio.
São Paulo parou!
Não havia mais feira nem circulação de nada. Não havia jornais impressos, nada. Não havia mais perua para a entrega de jornais e revistas. Nem os motoboys circulavam entregando os produtos comprados anteriormente ou as pizzas delivery. Não havia atendente de telemarketing para vender. O veículos não transitavam, mas estacionavam nas avenidas e ruas da cidade. A água tomava conta de outras ruas e avenidas, de estações de metrô e de trem e de bairros inteiros. Nem ônibus e caminhões conseguiam circular. A autoridade máxima do município, o prefeito, não conseguia sair do seu gabinete. E São Paulo estava parada.
Para enfrentar todo esse caos vai aí uma receita simples: leve uma lanterna com pilhas ou duas velas e uma caixa de fósforo, mas não se esqueça de carregar quantos livros puder ler. Ponha tudo numa mochila e delicie-se, seja no trabalho às escuras, em casa, na inamobilidade das ruas, onde quiser.
Enquanto São Paulo descansa, a população delicia-se com a leitura e o ócio.
Talvez São Pedro, aquele que segundo o ditado popular comanda as chuvas, não se contraponha à velocidade e ritmos de produção impostos pela globalização, mas simplesmente creia que chegou a hora dos brasileiros, em especial os paulistas, começarem a aproveitar o ócio para ler.
Um Santo mandou em outro. São Pedro cansou-se da poluição ambiental causada por São Paulo e optou por vingar-se com pequenos dilúvios. São Paulo, cansada de tanta água enviada por São Pedro, optou por parar, descansar, refrescar-se e aproveitar o ócio... E a globalização economica estancou-se, mas as pequenas atividades culturais expandiram-se, propiciando mais cultura e lazer.
Imaginou se São Paulo não parasse por um ou dois dias, mas por meses? Quanta leitura? Quanta cultura?
O mundo, assim, seria outro? Que tal?