No domingo passado saiu uma matéria no jornal Folha de S. Paulo com o seguinte título: "Al Qaeda é como McDonald's, diz analista". Não nego que o título me chamou a atenção e gerou uma imediata reprovação. Sempre duvidei da existência dessa organização criminosa. Pode haver células terroristas, sim. Elas realmente parecem existir e são as autoras únicas dos atentados que ainda são praticados no mundo afora, mas a raiz do seu surgimento com um ou outro líder, dentre eles o famoso Osama Bin Laden, com o devido respeito, nunca foi suficientemente esclarecida. Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão e o Iraque e não acharam vestígios desse sujeito. Passaram-se 8 anos e nada. Para quem nunca acreditou em Papai Noel, como eu, seria realmente difícil crer num velho barbudo que não carrega presentes, mas bombas, e que não desce por chaminés, mas se esconde em cavernas...
Sempre acreditei que a alardeada organização criminosa era algo forjado pelos interesses imperialistas do Tio Sam, a fim de terem justificativa para invadirem zonas petrolíferas e de gás, o que lhes propiciaria um fôlego extra frente às potências como Índia, China e Rússia, que por coincidência ficam bem próximas dessas áreas, e também para manterem grande número de tropas em tais locais, para fazerem frente às 3 potências emergentes já citadas e, em casos extremos, invadir tais países. Creio que a "criação e existência" desses grupos terroristas foi um pretexto perfeito para os interesses imperialistas da direita retrógada estadunidense!
Mas o que mais me deixou estupefato foi ler o que o cientista político e filósofo francês Olivier Roy teria dito. Segundo ele, "a Al Qaeda é a sucessora de Che Guevara e do Baader-Menhof (grupo guerrilheiro alemão)". Não dá para ficar quieto diante dessa afirmação, no mínimo, não analisada a fundo.
Primeiramente, guerrilheiro diferencia-se de terrorista. O guerrilheiro combate o inimigo certo e normalmente preserva a vida de civis. O terrorista combate o inimigo criando pânico de forma indiscriminada, matando civis, inclusive, já que o alvo não é só o inimigo. Já há aí uma grande diferença. Che Guevara visava expandir o comunismo, mas e a Al Qaeda, qual o objetivo dela? Ela não luta pela libertação de um território, de um povo ou um ideal. E é por isso que nunca acreditei na existência desse grupo. Pode haver uma ou outra célula criada não em razão da pré-existência da Al Qaeda (que creio ter sido forjada), mas como forma de vingança ou de tentativa de defender valores culturais próprios.
Digo com isso que hoje existem grupos terroristas (células), mas que atuam independentemente, sem orientação central.
Se o Osama Bin Laden fosse esse todo poderoso, os Estados Unidos manteriam contato com os familiares deste? E o que esses familiares estariam fazendo no território estadunidense em pleno 11 de setembro de 2001? E onde estaria o homem mais procurado do mundo, hoje? Na lua:? Parece que não, a não ser que a Nasa tenha disponibilizado uma espaçonave para ele.
Com o devido respeito, os maiores inimigos do Ocidente, hoje, são: 1) a fome; 2) a falta de democracia em alguns países; 3) o imperialismo das grandes potências ocidentais e orientais (Estados Unidos, França, Inglaterra, Rússia e China). E penso que o maior inimigo do Oriente é justamente a visão não progressista dos religiosos radicais, permitindo que toda a razão, ciência e progresso da civilização árabe-muçulmana dos Séculos VII-XV desaparecessem, e que isso ainda fosse utilizado de pretexto para a manutenção de governos conservadores e não democráticos.
A solução? Não sei se há solução fácil, mas creio que uma boa investigação jornalística, feita a fundo e que durasse anos, poderia sanar a dúvida que muitos, como eu, têm de quem criou a Al Qaeda.
E escrevi tudo isso por desabafo ao texto que havia lido no jornal Folha de S. Paulo.