quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

IRÃ VIVE SITUAÇÃO DELICADA

ilustração: CIA
O Irã é um país interessante, com uma produção econômica considerável e potencial tecnológico também nada desprezível. É um pais rico em gás e petróleo e tem uma população universitária majoritariamente feminina. Porém, desde 1979, ano em que ocorreu a chamada Revolução Iraniana, o país persa sofre boicotes. Foi nessa data que rompeu relações com Israel e os Estados Unidos. Até então, era um importante aliado do Tio Sam e dos sionistas que sempre dominaram o cenário israelense. E por ser tão importante para os ianques, ao Irã era permitido comprar grande quantidade de armamentos. Em razão disso, possuia um arsenal bélico invejável, o maior do Oriente Médio. Os Estados Unidos não se preparam para a idéia de que todo aquele armamento poderia cair em mãos dos aiatolás. Foi um país que sofreu boicotes das duas maiores potências logo após a revolução (União Soviética e Estados Unidos) e enfrentou uma dura e cruel guerra com o Iraque, com milhões de mortos.

Há relatos informais de que o Irã possui menos de uma dezena de bombas nucleares, compradas do mercado informal logo após o desmantelamento da União Soviética. E, ao que parece, o investimento em tecnologia nuclear também está bem avançado.

Porém, o Irã está sofrendo seguidos boicotes das maiores potências. Além disso, diversos acontecimentos indicam que o Irã pode ser invadido, não pelo império, mas novamente por algum país vizinho subverniente aos interesses estadunidenses. As desculpas? Questões fronteiriças mal resolvidas e supostas incursões iranianas em território estrangeiro. Não se pode esquecer que Azerbaijão, Iraque, Afeganistão, Paquistão e Bahrein são vizinhos não muito simpáticos à causa iraniana. O Iraque, hoje, mantém boas relações com o país persa, mas há que se lembrar do grande contingente de forças estrangeiras estacionadas naquele país e na influência de Washington nas decisões locais.

Nesta semana, um importante cientista (físico nuclear), especialista em energia nuclear, foi assassinado através de atentado em um dos bairros de Teerã, capital do Irã. Há duas suspeitas. Uma que ele tenha sido assassinado por agentes a serviço da CIA ou do Mossad. A segunda é que ele era professor da Universidade Iraniana, próximo da oposição e sabia demais. Creio mais na primeira hipótese, já que os iranianos, ainda que desentendam-se quanto às eleições havidas, são extremamente nacionalistas e unanimemente favoráveis ao desenvolvimento da tecnologia nuclear. Os Estados Unidos, como já havia antecipado, não enfrentarão uma guerra direta com o Irã neste momento. Preferem criar pequenas desavenças para atormentar essa potência asiática. Atentados à guarda revolucionária e a políticos e cientistas, ao que parece, terão uma certa continuidade homeopática, aos poucos e sempre. Também já havia dito que há o perigo de um confronto com algum país limítrofe, atendendo a interesses estadunidenses. O confronto com os vizinhos só não ocorreu porque eles são de maioria muçulmana e sabem que a guerra beneficiaria ao inimigo número um dos palestinos, o governo israelense. Porém, como em questão de geopolítica nada é tranquilo, não se sabe quais trocas e benesses poderão incentivar a uma beligerância desastrosa.

Porquê os Estados Unidos e Israel não invadiram o Irã de forma direta? Por dois grandes motivos. O primeiro é que eles têm conhecimento de que o Irã possuiria armas nucleares adquiridas nos anos 90. O segundo é que um confronto direto desencadearia uma reação contra Israel não só pelo Irã, mas pela Síria com quem há um acordo militar. A Turquia provavelmente manter-se-ia neutra, embora tivesse acordos com o governo do Irã. E a pressão popular maciça também incluiria aí o Líbano, Iraque, Líbia, Argélia, Afeganistão e o nuclear Paquistão. Por mais que Israel tenha sido armado pelos Estados Unidos, não conseguiria evitar enormes baixas e ataques a grandes cidades, incluindo aí Tel Aviv. Nessa hipótese, Egito, Jordania e Arábia Saudita manter-se-iam falsamente neutros, propiciando que forças estadunidenses utilizassem suas bases para o confronto com o Irã. O mundo entraria em guerra e colapso, surgindo daí os três grandes líderes mundiais dentro de dez anos, China, Índia e Rússia que não se manteriam neutros, seja pela falta de abastecimento de petróleo e gás (principalmente a China), seja pelas minorias muçulmanas que sentiriam que haveria uma causa em comum na luta travada no Oriente Médio: o antiimperialismo.

O mundo corre perigo, não pela ação direta dos aiatolás ou do governo iraniano, mas pela atitude belicosa e sem fim dos Estados Unidos e Israel. China, Índia e Rússia já deveriam ter percebido as consequências disso. Talvez percebam, talvez não. Só o tempo dirá.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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