Tem certos momentos em que o passado nos vêm à tona e lembramo-nos de eventos distantes, de fatos marcantes e, principalmente, de como éramos e agíamos. Não concebemos muitas mudanças para pior, mas às vezes elas ocorrem, assim como acontecem mudanças para melhor.
Se é certo que o tempo não volta, não é menos certo dizer que podemos ter mudado, porém não é impossível voltar a ser parecido com o que éramos. É uma busca difícil, de reflexões, de muita dor e também de muito aprendizado. E se, ao contrário, pensamos em como éramos piores, essas lembranças também amargam o sabor do dia que degustamos com tanta atenção.
A experiência de vida é única. Comparamo-nos muitas vezes com o que éramos, e não importa a conclusão, pois é sempre dolorido saber que éramos menos maduros ou que hoje estamos pior que antes.
O que importa é viver, refletir e saber que na vida quase nada é absoluto! A experiência é sempre mutável, a maturidade também e nós somos um corpo, uma mente e uma alma em busca da sintonia sempre difícil. Só não podemos desistir. A vida é a busca incessante da mudança e da adaptação ao momento, àquilo que chamamos tempo, e que não é igual a antes, a hoje e tampouco será igual a amanhã. É, se o tempo sempre distoa conforme a complexidade e a maturidade do nosso olhar, não seremos nós que seremos absolutos. Nem a vida e a morte o são, embora muitos julguem a morte como um fim. E ainda que o fosse, a morte não seria absoluta, pois a energia emanada do corpo falecido mistura-se a outros corpos vivos. De certa forma, parte de nós teria sobrevivido. E até o nosso corpo físico é reaproveitado pela natureza, por insetos, animais saneadores ou pela terra. É, Einstein estava certo com a sua renomada teoria física da relatividade! Absolutos, creio, só podem ser os sentimentos cegados pela emoção doentia ou pela luminosidade do amor generoso. Sentimentos diametralmente opostos, mas, até prova em contrário, absolutos no tempo em que ocorreram.