Questiono-me com insistência sobre a capacidade que algumas pessoas têm de mentir com naturalidade.
Para elas, uma mentira não possui gravidade, não muda os destinos e não poderia machucar.
Para elas, a mentira não teria significância, pois não alteraria a realidade.
Será?
Há um provérbio chinês que diz que é possível enganar todos por muito tempo e muitos por todo o tempo, mas nunca todos por todo o tempo.
Há um provérbio chinês que diz que é possível enganar todos por muito tempo e muitos por todo o tempo, mas nunca todos por todo o tempo.
Gandhi reflete sobre a mentira e diz que é ela que traz muitos males à humanidade, como as guerras, inclusive. Cada mentira geraria brigas e guerras, afastando a harmonia e a paz.
Penso que as mentiras nada mais são do que fugas. Mente-se para fugir de um constrangimento, de um suposto julgamento moral desfavorável ou até mesmo da realidade que machuca. Mente-se para fugir. Mente-se porque o mentiroso é fraco. Mente-se porque falta conhecer o que realmente se vive. Mente-se porque... Mas será que sempre haverá um ou outro motivo para mentir? Mas não há quem minta quase que naturalmente, sem motivo algum? Será que mentir pode viciar? Ah, são tantas as perguntas, mas parece que a resposta é muito fácil. Ainda que a mentira vicie, o ato não deixará de caracterizar uma fuga, uma fuga da compreensão e uma fuga da reflexão do que se vive.
Talvez melhor do que mentir, fugindo de algo, seja fugir, calando-se. Nesse caso, a fuga silenciosa será mais digna e autêntica.