O que há para comemorar neste 7 de setembro?
Afinal, faz-se necessária uma primeira pergunta: somos independentes?
Vamos voltar no tempo para tentar responder.
O Brasil é um país surpreendente. Como colônia, enriqueceu Portugal e o Reino Unido. Como Monarquia, enriqueceu Portugal, Reino Unido e a França. E desde que somos República, enriquecemos os Estados Unidos e muitos dos países europeus.
Começamos a nos miscigenar com os índios e os portugueses. Depois vieram os negros e mais recentemente os imigrantes europeus, os asiáticos e os árabes. De umas duas décadas para cá, foi a vez dos latino-americanos. Somos um país em eterna miscigenação que é voltado não para si, mas para o oceano que pensa ser a ponte para a europa e os Estados Unidos.
Exportamos mão-de-obra. Exportamos matéria-prima. Exportamos manufaturados. Exportamos nossa riqueza. E também exportamos um pouco de tecnologia. Importamos o que julgamos essencial para a nossa economia: grandes maquinários, direitos autorais e tecnologia de ponta. Assim como na colônia, continuamos dependentes do que ocorre do outro lado do oceano e também mais ao norte dele.
Nossa independência? Começaria pelo aspecto cultural. E foi apenas com o advento da democratização que recuperamos a busca incessante e perdida de quem somos. Com noção cultural, poderemos avançar em muitos aspectos, desde que invistamos na educação, um marco para a cidadania e para a conscientização do que é ser brasileiro e da importância disso.
Enquanto isso não ocorre, comemoremos o 7 de setembro como um ideal a ser cumprido, pois a realidade está muito distante da independência que devemos buscar.