da redação da Revista CARTA CAPITAL (edição de 18 a 24 de julho de 2009)
Os lojistas da rua Oscar Freire, templo de consumo e ostentação nos Jardins paulistanos, criaram uma engenhosa fórmula para afugentar os moradores de rua da região. Trata-se do vale-esmola. As empresas distribuem os cupons entre os clientes e os orientam a entregar o papel aos pedintes, em vez de oferecer doações em dinheiro. O “vale-valor”, como a iniciativa foi batizada, só pode ser descontado na Casa Restaura-me, entidade assistencial localizada no Brás e distante cerca de 15 quilômetros das reluzentes vitrines de joalherias e grifes estrangeiras da rua. A instituição de caridade, que atende 400 moradores de rua por dia, recebe os donativos recolhidos em cofrinhos de papelão pelos lojistas do bairro abastado. Mas, até a terça-feira 14, não havia atendido um único pedinte da próspera rua disposto a trocar o vale. “Para esse morador de rua deixar a região dos Jardins, onde circulam pessoas de alto poder aquisitivo, para vir ao Brás, isso é um trabalho que pode levar tempo”, disse Cássio Giorgetti, diretor da instituição, à TV Globo. A Associação dos Lojistas da Oscar Freire justificou que o atendimento aos pedintes só é feito tão longe porque não há outras instituições voltadas para os moradores de rua nos Jardins. “Não é que eles nos incomodem, mas o fato de existir uma situação dessas incomoda as pessoas, e dar esmolas não resolve”, emendou Rosangela Lyra, diretora da Dior Brasil e presidente da associação.
Os lojistas da rua Oscar Freire, templo de consumo e ostentação nos Jardins paulistanos, criaram uma engenhosa fórmula para afugentar os moradores de rua da região. Trata-se do vale-esmola. As empresas distribuem os cupons entre os clientes e os orientam a entregar o papel aos pedintes, em vez de oferecer doações em dinheiro. O “vale-valor”, como a iniciativa foi batizada, só pode ser descontado na Casa Restaura-me, entidade assistencial localizada no Brás e distante cerca de 15 quilômetros das reluzentes vitrines de joalherias e grifes estrangeiras da rua. A instituição de caridade, que atende 400 moradores de rua por dia, recebe os donativos recolhidos em cofrinhos de papelão pelos lojistas do bairro abastado. Mas, até a terça-feira 14, não havia atendido um único pedinte da próspera rua disposto a trocar o vale. “Para esse morador de rua deixar a região dos Jardins, onde circulam pessoas de alto poder aquisitivo, para vir ao Brás, isso é um trabalho que pode levar tempo”, disse Cássio Giorgetti, diretor da instituição, à TV Globo. A Associação dos Lojistas da Oscar Freire justificou que o atendimento aos pedintes só é feito tão longe porque não há outras instituições voltadas para os moradores de rua nos Jardins. “Não é que eles nos incomodem, mas o fato de existir uma situação dessas incomoda as pessoas, e dar esmolas não resolve”, emendou Rosangela Lyra, diretora da Dior Brasil e presidente da associação.