Desilusão, segundo o dicionário Aurélio, é o ato ou o efeito de desenganar-se. Em um português mais direto, é alcançar a verdade de uma forma dura, talvez cruel.
Mas para que sofrer com essas desilusões, se elas trazem consigo a verdade tão imprescindível para a paz de espírito? A verdade alcançada deve ser motivo de felicidade, pois vivemos para conquistar pequenas verdades que nos dão certeza dos rumos a seguir. Mahatma Gandhi já advertia que a mentira gerava guerras e que somente a verdade é capaz de trazer a paz.
Por isso, hoje, entendo que a desilusão não pode ser motivo para abatimento físico, mental ou espiritual. Na verdade, a desilusão significa o fim da ilusão, o fim da mentira, e o advento da verdade, ainda que acompanhada de feridas.
Desiludir-se, portanto, é estar mais próximo do universo, da verdade e da paz, e mais distante dos mundos que criamos ou que tentam fazer com que cegamente habitemos.
Desiludir pode caracterizar um salto para a vida, um salto forçado e dolorido, de certo, mas que nos põe no rumo do nosso destino, que necessariamente sempre exige que alcancemos as verdades, as pequenas e as grandes.