O que está ocorrendo na faixa de Gaza, onde cerca de 600 pessoas já morreram, é um verdadeiro atentado aos direitos humanos e também ao direito humanitário, aplicado em hipóteses de guerras.
Ontem, uma escola mantida pela ONU foi atingida e 43 pessoas que se refugiavam no local foram assassinadas. Várias mesquitas já foram alvo de mísseis. Igrejas, escolas e hospitais não têm sido poupados. Faltam alimentos, medicamentos, água e energia elétrica. A pequena faixa de Gaza vive um caos total. Vários organismos da ONU já exigiram o fim imediato dos ataques, em razão dos princípios de direito humanitário, mas as grandes potências se calam perante as barbaridades que são cometidas em locais distantes. O silêncio e a omissão não são meios aptos a evitar a responsabilização necessária. Em um futuro, ainda que distante, esses países serão declarados responsáveis.
Os governantes de Israel têm impedido jornalistas de entrar na faixa de Gaza. As notícias têm vindo ao ocidente principalmente pelos corajosos repórteres árabes que já estavam no local. A carnificina está sendo retratada ao mundo.
Não é justo que 3 civis israelenses sejam assassinados por bombas lançadas pelo Hamas. Também não parece nada justo que cerca de 600 pessoas sejam assassinadas friamente por forças israelenses. Enquanto Israel tem as melhores forças armadas do Oriente Médio, o Hamas sequer possui tanques, aviões ou frota naval. O que possui são rifles e um punhado de mísseis caseiros distribuídos em poucos milhares de adeptos.
Matar pessoas civis que já eram privadas de remédios, água e alimentos é intolerável. É execução sumária, assassinato e ato cruel. Para isso o direito internacional prevê sérias sanções. Basta esperar para ver se a ONU tem força para aplicá-las.
Enquanto isso, convém, no mínimo, que nos manifestemos e nos indignemos, afinal, somos todos seres humanos. Ou será que pode haver gradação, onde alguns seriam mais humanos que outros? Ou mais desumanos?
Mas nem tudo está perdido. Ainda há esperanças de que Obama mude a posição omissa que os Estados Unidos adotaram com o presidente Bush. Segundo a agência Reuters, Obama se disse preocupado com a morte de civis, citando os "40" mortos da escola da ONU. Talvez em breve os EUA lutem pela paz e saiam vencedores, já que na luta pela guerra demonstraram que não são capazes de liquidar os mal armados Talebans e insurgentes iraquianos.
