segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

OUSEMOS LUTAR PELA PAZ

foto: ONU
Eu adoraria poder começar 2009 com um texto leve que retratasse um cotidiano ameno, mas infelizmente isto não é possível.

A barbaridade que ocorre em um determinado território desta humanidade-desumana, aflige almas dos que se foram e dos que permanecem por aqui. Ninguém dorme em paz, vivos ou mortos. A guerra permanece intensa na terra daquele que morreu em prol da humanidade. E a humanidade, que não aprendeu, continua a morrer. São vidas ceifadas inútil e barbaramente. A causa? Apontam-se diversas, como o terrorismo, a guerra étnico-religiosa... Não acredito em nenhuma dessas causas, pois o povo judeu, seja de Israel ou não, e o povo árabe, ao qual se incorpora o palestino, são primos segundo a bíblia e originalmente vizinhos, pois habitavam territórios próximos e foram vítimas de inúmeras guerras e conquistas imperialistas. Têm costumes parecidos e sempre primaram pela paz e convivência harmônica. Basta ver o que dizem os intelectuais dos dois povos.

A paz é possível, viável e provável, desde que haja vontade não só dos israelenses e palestinos, mas dos árabes, dos estadunidenses e de outros países economicamente fortes.

Um estado de Israel que viva em guerra e um território palestino fragmentado, miserável ou não, atende aos propósitos econômico e estratégicos estadunidenses e de grandes fábricas de armas. Não é por outro motivo que os Estados Unidos apóiam países teocráticos ou não democráticos, como Arábia Saudita e Kwait. Enquanto houver petróleo, os Estados Unidos terão interesse em manter déspotas não democráticos nos governos dos países árabes produtores de petróleo ou que tenham posição territorial estratégica, como o Egito, e estes, por sua vez, lucram com a barbárie na palestina, pois a atenção do povo será desviada, de forma a não lutar por mais direitos civis ou democracia.

De outro lado, as indústrias armamentistas israelenses e estadunidenses também lucram milhões de euros com essas guerras nada cirúrgicas e que ferem não apenas os tecidos, mas a própria alma humana.


A mídia que não pensa - ou que trama contra o bom senso - fala em contra-ataque de Israel e de ação contra o terrorismo. Não, isto não é verdade. Está sendo travada uma guerra, mas não entre judeus e árabes, e sim entre o governo de viés imperialista de Israel e o povo palestino que sobrevive em Gaza. A pretexto de derrubar o governo do Hamas (democraticamente eleito), o governo de direita israelente já matou centenas de civis palestinos. Outras centenas de pessoas, sejam crianças, idosos, mulheres, jovens ou doentes, certamente terão o mesmo destino. Talvez se somem milhares de mortos. Ocorre que para um País de 1,5 milhão de habitantes, 1% da população morta em guerra pode corresponder a um extermínio ou, até mesmo, a uma espécie de genocídio. O governo beligerante aliado do império estadunidense não refletiu sobre essa grave conseqüência moral. Os europeus que odeiam o Hamas terão que se manifestar em breve, assim como o restante dos países.

Enquanto isso, o Irã observa os pseudo-estudiosos falarem que esse ataque à faixa de Gaza é um alerta ao governo teocrático iraniano. Não é. O Irã, embora seja majoritariamente muçulmano, não é árabe, exporta petróleo, tem uma força-armada bem treinada e aparelhada e possui fortes laços econômicos com China, Rússia, Índia e Síria. É um país com riquezas culturais e minerais invejáveis. Um ataque a esse país poderia ser um erro estratégico, já que, além de mísseis balísticos, esse país milenar parece possuir algumas ogivas nucleares adquiridas com a divisão do império soviético.

O ataque ao Hamas, à faixa de Gaza e ao povo palestino que habita aquela região é uma estratégia apoiada pelo governo de Bush, mas que de certo não trará a merecida paz à região habitada por ateus, judeus, muçulmanos e cristãos.
Penso que se Cristo havia lutado contra a mercancia nos Templos de Deus, há dois mil anos, hoje lutaria contra o mercado de armas no território sagrado. O comércio, antes, aviltava basicamente a dignidade religiosa. Hoje, o comércio muito mais múltiplo e perigoso, afronta não apenas a fé, mas a vida humana.

Muitos intelectuais ateus já se manifestaram pelo fim imediato das ofensivas. Agora, resta àqueles que acreditam em algum Deus não apenas orar, mas exigir dos seus governantes ações eficazes para evitar mais uma catástrofe.

A morte decorrente de ataques, de guerras e de atentados, seja de um palestino, de um israelense, de um muçulmano, de um judeu, de um ateu ou de 0u de qualquer outro, não pode mais ser aceita.

Se nos calarmos, concordaremos implicitamente com a barbárie e seremos, de certa forma, coniventes. Se gritarmos ou nos manifestarmos, poderemos movimentar a humanidade para um caminho menos desumano.

Manifeste-se. Ouse lutar - sem armas, mas com voz e atitude - pela verdade, humanidade e PAZ!

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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