sábado, 24 de janeiro de 2009

OBAMA: MAIS INTELIGÊNCIA NO AR

por Cyro Saadeh












foto: página oficial do governo estadunidense


Sem querer discutir se Obama é mais ou menos inteligente que Bush, pois a resposta parece ser óbvia, pergunto-me como será utilizada a inteligência no governo do novo presidente estadunidense.
Será que o atual presidente Obama seguirá o exemplo de Jimmy Carter na promoção de valores humanitários e de direitos humanos? Será que provocará mais guerras? Será que os Estados Unidos tentarão manter-se influentes a qualquer custo?


Carter, evidentemente, não foi um presidente samaritano ou santo, mas foi um dos melhores líderes dos Estados Unidos para quem defende a questão dos direitos humanos e direitos das minorias.
Carter enfrentou uma época difícil, de ditaduras atrozes na América do Sul e do surgimento da Operação Condor. Não fomentou, ao contrário do que faziam governos anteriores, a tortura e os assassinatos por motivos políticos. Teve que suportar a revolução iraniana em 1979, onde cidadãos estadunidenses foram feitos reféns. Enfrentou radicalismos e selou a paz entre egípcios e israelenses, com a devolução do Sinai ao Egito, tomado por Israel. Internamente enfrentou um colapso econômico, motivo de sua rejeição pelos estadunidenses.


Obama assume com uma grande crise já instalada e com a tortura tolerada admitida oficialmente em Guantánamo, na ilha de Cuba. A mídia internacional vê em Obama um presidente revolucionário. Os americanos vêem nele um novo Kennedy. Enquanto os israelenses desconfiam, os árabes desacreditam. Já os quenianos, festejam o fato de um descendente daquela terra tornar-se presidente da nação mais forte econômica e militarmente de todos os tempos. Os brasileiros? Alguns sorriem e outros nem notam. Obama tem várias facetas, mas não por culpa dele, mas da mídia e do desconhecimento público das limitações de um presidente.

Bem, Obama, simpático e com um dom ímpar da palavra, começou bem. Determinou que a enorme cadeia a céu aberto, chamada Guantánamo, na base estadunidense na ilha de Cuba, fosse fechada. Deu o prazo de um ano para isso.


De certo Obama não fará milagres. Encontrou o mundo numa situação diferente de Carter, onde os Estados Unicos opunham-se à antiga União Soviética na guerra fria. Os Estados Unidos, hoje, estão em guerra em território longínquo, contra a vontade da população de seu país e também da dos territórios ocupados. Morrem muitos soldados (e civis dos países ocupados) em benefício de grandes grupos petrolíferos e das indústrias bélicas.

A indústria da guerra provavelmente sentirá saudades de Bush, mas Obama não é um pacifista, diga-se de passagem. Ele apenas não vê motivos para os Estados Unidos gastarem tanto dinheiro em guerra quando vive uma decarrota econômica que implicou na perda de milhares e milhares de postos de emprego. É alguém mais racional e comedido, sim, e isso é benéfico ao mundo inteiro.

Mas nenhum presidente americano vive sem controlar o mundo de certa forma. Na época de Carter, que era um presidente preocupado com questões humanitárias, a CIA fazia atrocidades no mundo afora. Agora, quando a China torna-se a terceira maior economia do globo; a esquerda cresce na América Latina, o velho quintal dos Estados Unidos; a população árabe está cansada de alguns de seus ditadores de Estados vassalos (Egito); a Rússia e a China ganham muito dinheiro vendendo armas aos ditos "inimigos" dos Estados Unidos; Israel não serve mais para contrapor-se a regimes inimigos dos Estados Unidos, mas para para criar embaraços às pretensões diplomáticas americanas; o Irã aquieta-se e adquire relevância geoestratégica; e tantas outras realidades que surgiram, parece crível que os serviços de inteligência (espionagem) ficarão mais aguçados e ativos, já que exigem menos dinheiro que as ostentosas guerras (forma mais antiga e direta de impor a vontade do império). Enquanto isso, tudo indica que a diplomacia - tão propalada por Obama - caminhará homeopaticamente rumo a progressos, mas sem grandes viradas e sem causar sensação de fraqueza aos estadunidenses que se sentem eternos super-heróis.
Mudanças ocorrerão, é certo, mas imagina-se que não atingirão a essência.
Só o tempo dirá a que esse afrodescendente, neto de muçulmano e portador de nome árabe fará com o planeta que tem em suas mãos. Ele é mais que presidente dos Estados Unidos, é o grande comandante do maior império de todos os tempos.

Teremos menos guerra, parece. Mas vê-se mais inteligência no ar, tanto para o bem como para o mal, e o responsável não é o Obama, mas o sistema de poder que parece imodificável.
Boa sorte ao presidente Obama, à população estadunidense e a todos os habitantes do planeta terra.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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