Havia programado realizar um documentário em 2010 sobre o que sobrou de Canudos: as melhores histórias orais brasileiras e talvez as melhores do mundo, repletas de emoção, sutilezas e encantamento. Infelizmente não foi possível sequer dar andamento ao projeto que reunia até entãoapenas um pré-roteiro e muita paixão. O trabalho ao final de 2008 e por todo o ano de 2009 não me permitiu mais trabalho ou mais sonhos. Mas o projeto está aí. As Crianças da Guerra ou Os Filhos da Guerra não morreram e não morrem. Esses misteriosos heróis que sobreviveram ao descaso histórico e social têm muito a nos ensinar. Afinal, só eles sabem como ser herói silenciosamente e dar ao Brasil histórias de vida de bravura e sabedoria espiritual, mesmo sem ostentar títulos escolares. São grandes histórias de brasileiros esquecidos que não se esqueceram de nos ensinar coisas básicas que não vemos mais nesse mundo tão materialista: sabedoria, simplicidade,encantamento e bravura. O que nos emociona? A fala, a fala deles mesmos ao relatar causos, os mais simples, os mais corriqueiros, os mais surpreendentes, os mais visuais e mágicos. E essa bravura não é dada por guerrear, mas por lutar pela sobrevivência aliada a uma vida simples e repleta de importantes prazeres, os maiores prazeres. Bravos brasileiros bravos, um dia farei um documentário em reconhecimento da bravura, grandeza e importância de ainda existirem esses sertanejos resistentes, que resistem ao esquecimento, à exploração humana travestida de sistema econômico, ao consumismo impensado e suicida daquilo que nos fazem julgar como belo e à insensatez da vida mantida a base de remédios que faz ver oásis no deserto que criaram em nossas almas. É o contraponto da globalização e o fio da meada para o nosso autoconhecimento como povo mestiço, explorado e tão ligado às simplicidades e belezas exóticas da natureza. É um sonho que ainda não pode ser realizado. Se me frustrei? Sim, foi inevitável, mas não desisti. Aprendi com esses bravos a persistir, a continuar a sonhar e a sorrir diante dos contratempos e os exércitos de seres quase desumanos que impensadamente massacram o pouco de poesia que a natureza preservou para o nosso bem-estar físico, mental e espiritual. Essas histórias não são grandiosas como a Odisséia, mas retratam a sobrevivência, a dignidade, a sabedoria, o amor, o encantamento e a poesia de um povo - brasileiro - em cada letra, som e suspiro. O motivo do título? Nos fizemos povo aprendendo com as guerras e os massacres ocorridos ao longo da colônia, império e república, às injustiças do passado e do presente. Hoje, sem guerra física, mas com tantas injustiças que ainda massacram sonhos, esperanças e dignidade, os filhos da guerra aprenderam a ser bravos, como nós deveríamos ser. Os esquecidos filhos da guerra ainda têm muito a dizer.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
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Para refletir:
Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.
Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.
O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.
Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.
O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.
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