Procuro inspirar todo o ar possível do universo. Tenho fome e sede de vida. O que me sacia não é o simples respirar, mas o saber que faço parte do todo, de tudo o que une, de tudo o que nos junta, da magia da montagem perfeita do universo. Isso já é motivo para sorrir, de levantar o astral, e de nos dar coragem de caminhar e enxergar muito mais do que a sociedade do consumo nos ensina. Se a religião é o ópio do povo, o sistema é o próprio efeito maléfico da droga - é a compulsão pelo comprar, mostrar e jogar fora incessantemente, sem razão e sem emoção. Na verdade, não precisamos de religiões ou de sistemas sociais, mas de uma certa dose de humanidade e de religiosidade, que divergem, e muito, do que vemos, assistimos e aprendemos nesse mundico reservado a etiquetas e aparências e a religiões que ostentam grandes obras arquitetônicas e imagens que não esclarecem, mas que nos vencem pelo poder que lutam para ter.
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por Cyro Saadeh, escritor