É incrível o interesse internacional pela Amazônia. Reduto de espécies ameaçadas de extinção, essa região não é a mais rica em biodiversidade, como atestam os biólogos, inclusive. Mas, infelizmente, a propaganda é de que a Amazônia é fonte de tudo e rica em tudo. De tudo não é, mas é farta em minérios e, dizem, no ouro preto, o petróleo. Além disso, possui relevância geopolítica, pois a sua região circunvizinha diversos países da América do Sul, onde há conflito, inclusive, como na Colômbia, entre as Farcs, o exército e os paramilitares.
Mas não é só isso. Há muitos anos os Estados Unidos demonstram interesse por aquela região. Logo após a independência, o Tio do Norte mandou uma expedição para cá. No século passado, a Ford, de origem e capital estadunidenses, mantinha uma cidade em plena floresta. Hoje, dizem, há estudos científicos produzidos pelos militares estadunidenses em plena floresta, com o aval expresso do governo federal, acerca de 10 anos.
Além disso, ONGs e pretensas seitas religiosas mantêm uma relação muito próxima com os indígenas, mas com qual propósito? O de preservar as tradições indígenas? Parece que não, já que os índios não criaram as religiões cristãs e nem tinham o hábito de falar francês ou inglês.
Os índios amazônicos, como quaisquer outros no nosso País, têm pleno direito a uma vida digna e a terem respeitados os seus costumes, hábitos e culturas. No entanto, há que sopesar-se atitudes pró-índios e os atos dissimulados na proteção daqueles.
Por outro lado, o agro-negócio e o setor madeireiro têm praticado ações de desmatamento, queima e degradação ilegal da floresta. O governo federal e os estaduais têm se calado frente a essa realidade que agride a todos nós, brasileiros. O Brasil e os brasileiros não têm feito a sua parte.
Assim como a Caatinga e Fernando de Noronha, a Amazônia é de todos os brasileiros, e que, por essa circunstância, se tornam responsáveis pela sua manutenção. Os interesses estrangeiros e especulativos têm que ser repudiados de imediato e cabe aos cidadãos exercer esse papel de defensores não apenas da natureza, mas do bem-estar coletivo, cobrando das autoridades determinadas atitudes.
Se os governos estrangeiros querem intervir no direito dos brasileiros explorarem a floresta, vedando qualquer atividade deste tipo, deveriam contribuir para tanto. Não há motivo para que um país que ainda abriga famintos, miseráveis, desempregados e pobres, ser compelido a abrir mão do direito de progresso industrial, como o alcançado pelos estadunidenses e europeus. Não se esqueça de que aqueles desmatavam o que viam pela frente e estes últimos conseguiram dizimar as suas florestas, restando hoje apenas 3% da área original.
Não podemos nos esquecer que em relação à Amazônia devemos sempre observar os seguintes interesses: o respeito ao meio-ambiente sadio; o da soberania nacional; o dos índios à dignidade; o da população local ao emprego digno; o da exploração equilibrada da floresta para o crescimento econômico brasileiro; e o das gerações futuras, que é viver. Sem radicalismos de um lado ou de outro, poderemos alcançar o equilíbrio necessário para preservar uma área que é tão cara a nós brasileiros e, ao mesmo tempo, fomentar a criação de empregos para os habitantes da região. Outros interesses apenas alcançam propósitos particulares ou estrangeiros e, por isso, devem ser recebidos com muita cautela.
No Iraque e no Afeganistão houve a invasão militar e forças de ocupação apoderaram-se das riquezas petrolíferas e de gás. No Brasil, dissimuladamente, estrangeiros vêm se apropriando de nossas terras e impondo condições, ao mesmo tempo em que ONGs e grupos religiosos pressionam os governos no sentido que lhes convêm. O Brasil, sem guerra, sem beligerância, vem perdendo o domínio sobre uma área tão importante. Não podemos permitir isso.
Não à internacionalização da Amazônia, assim como se diz não à internacionalização das armas nucleares, não às atitudes beligerantes e não ao imperialismo dissimulado de preocupação ambiental.