São as Forças Armadas que articulam estratégias de defesa do nosso território, de nossas riquezas e de nosso povo.
Entretanto, quando forças com armas, sejam das três forças de defesa ou policiais, se envolvem com o crime organizado, o Estado têm que ficar alerta.
Não é por outro motivo que as corregedorias das polícias são rigorosas nas apurações e punições de policiais envolvidos com quadrilhas e o crime organizado. O mesmo rigor e maior preocupação deveriam dominar cada uma das nossas Três Forças de Defesa, quais sejam, Marinha, Exército e Aeronáutica, citadas nessa ordem em razão do seu tempo de criação.
Recentemente, a Polícia Federal recebeu de um depoente, que permanece anônimo, a informação de que a estrutura da Força Aérea Brasileira foi utilizada para a remessa de entorpecentes ao continente europeu, e isso por, PELO MENOS, 30 vezes.
A quantidade de vezes assusta, mas o que mais preocupa é a utilização, ao longo de quase uma década, de aviões da FAB para fins de tráfico. No entanto, também são utilizados navios para o envio da droga pelos militares. São vários os militares que cuidam da manutenção da aeronave, não sendo fácil deixar drogas sem que outros integrantes da Força não estejam envolvidos, o que acende o alerta para as Forças Armadas, em especial da Aeronáutica, de que montou-se uma quadrilha organizada em tráfico.
O elo com grandes grupos criminosos deve, agora, ser desvendado pela Polícia da Aeronáutica e pela inteligência de tal Força, que deve agir em parceria com a Polícia Federal, que tem atribuição de punir o tráfico internacional de entorpecentes.
Dois dos militares envolvidos no esquema criminoso no interior das Forças Armadas já foram identificados e estão sendo investigados.
Mas não basta punir os militares envolvidos. A investigação deve buscar o elo de ligação com determinada facção do crime organizado e evitar que os militares acusados sejam substituídos por outros, que, após serem cooptados, passariam a exercer a mesma função dentro do esquema criminoso. Mas não só. O Comando da Aeronáutica tem que agir eficazmente para desbaratar qualquer resquísico de infiltração do grande crime organizado em seu interior, o que já ameaça, de forma frontal e direta, a segurança do País e a própria democracia, pois está se tratando de criminosos infiltrados em um órgão do Estado, no caso, em uma de nossas três Forças Armadas, responsável, inclusive, por abater aviões do tráfico em determinadas situações.
Os Estados Unidos, periodicamente, acusam líderes militares de alguns países de participarem de esquemas criminosos do narcotráfico. Mesmo que o crime esteja limitado a grupos de baixa patente das Forças Armadas (leia-se Aeronáutica), espera-se que o Brasil não passe mais esse vexame internacional.
O alerta vermelho já está aceso e deve preocupar as Autoridades militares do país.
