quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O EPÍLOGO DA HUMANIDADE


Muitos chamam os integrantes do grupo autodenominado Estado Islâmico de sírios, islâmicos e radicais.

Primeiramente, deve-se reconhecer tratar-se de um grupo radical que vem praticando barbaridades. Mas não se trata de grupo sírio ou islâmico.

Há que se salientar que não se trata de grupo que esteja autorizado pela população ou pelas autoridades religiosas islâmicas a ser proclamado como muçulmano. Não. Esse grupo persegue muçulmanos, os executa em praça pública e pratica barbaridades não defendidas pela religião do Islã. Esse grupo não tem nada de muçulmano, portanto, a não ser o nome utilizado como marketing pelos ideólogos do caos humanitário.

Esse grupo é financiado pelo tráfico de mulheres, pela venda de relíquias e pelo comércio de petróleo dos territórios sírio e iraquiano ocupados, bem como pelo recebimento de vastos recursos de milionários residentes nos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. A controversa Turquia, além de comprar ilegalmente o petróleo desse grupo terrorista, ainda permite o ingresso de radicais pelo seu território. É o que afirmam os governos sírio e russo. De sírio esse grupo não tem nada. Tem apenas destruído a Síria, a tranquilidade e a paz de seu povo e a riqueza histórica e cultural local.

É um grupo de muitos oportunistas bancado por muitos países oportunistas e que estão levando o mundo à beira da Terceira Guerra Mundial.

Israel, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Inglaterra, França e Turquia têm responsabilidade direta pelo o que vem ocorrendo na região. Todos, de uma ou outra forma, se envolveram na guerra travada na Síria e têm interesses bem definidos. Há alianças surpreendentes como da França, Arábia Saudita e Israel na criação do Curdistão no norte da Síria, que beneficiaria o transporte de gás comprado por Israel e enfraqueceria a luta da Síria pela retomada das Colinas de Golan ocupadas por Israel.

A Turquia, que sempre apoiou todos os extremistas rebeldes, agora se vê numa situação delicada, pois não pretende ver criado o Curdistão da forma pretendida pelos israelenses e franceses. Esse é o motivo de fomentar e armar os turcomanos que guerreiam contra os curdos no norte da Síria, e que, ao que parece, a levou a derrubar recentemente o caça russo.

Há a possibilidade de um absurdo mapa que dividiria a Síria em três Estados. Um sunita, um curdo e um das minorias mais ao sul, hoje ocupado pelo exército leal a Assad.

O mundo se divide geopoliticamente e enquanto isso milhões de pessoas de um pequeno e antigo país, com a cidade mais antiga do mundo permanentemente habitada, estão impedidas de emigrar. A Turquia segrega os refugiados e os proíbe de trabalhar. Sem qualquer labor não tem como se sustentar e são obrigados a sair da Turquia, rumo à Europa. Ocorre que agora a Europa está financiando a Turquia para que esta barre o ingresso de refugiados na Europa.

É um ato de uma insensibilidade sem fim, similar a um crime contra a humanidade, pois segrega os refugiados à realidade de falta de oportunidade e à impossibilidade de buscar um lar que considerem seguro e digno.

Os sírios estão presos. Presos pelo Estado Islâmico. Presos pela guerra. Presos pela Turquia. Impedidos de entrar na Europa. Impedidos de entrar no Canadá. Impedidos de entrar em muitos Estados norte americanos.

Os sírios já não são refugiados. São presos condenados à pena de morte por fome, por frio, por abandono e pela guerra fratricida. São o povo do caminho de Damasco, mas que a humanidade, mais uma vez, esquece de dar a devida interpretação ao seu significado. Talvez o fim esteja próximo, não só dos sírios, mas de toda a humanidade, que aniquila a esperança de fraternidade em prol do lucro acarretado pelo contrabando do petróleo, pela venda de armas, pela escravidão de mulheres, pela utilização de crianças como soldados, pelo estupro e pelo trabalho escravo generalizado, condições hoje correntes naquilo que já foi a Síria.

O mundo não difere muito do que era há milênios, mas talvez o seu destino seja outro. O caminho talvez não seja mais o de Damasco, mas o do epílogo da humanidade, somente isso poderia hoje trazer paz ao Planeta.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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