quinta-feira, 19 de maio de 2011

PRIMEIRO OS PAÍSES ÁRABES, E AGORA A ESPANHA

TIJOLAÇO

Nossa imprensa praticamente ignora, mas as ruas da Espanha estão cheias de jovens protestando.
E esta manifestação foi proibida, por ordem judicial, pois há eleições daqui a dias na Espanha. Proibida ou não, está lá.

O desemprego na Espanha chegou a 20%. Em Portugal se calcula que ande perto disso, entre os jovens, embora a taxa geral fique beirando os 11%.

Não são jovens paupérrimos, não, pertencem à classe média. Tiveram educação, mas não têm emprego, não têm perspectivas de determinarem suas vidas, terem suas casas, suas famílias. Comunicam-se e mobilizam-se via internet.

Formam o movimento 15M na Espanha, e a “Geração à Rasca” em Portugal.

Proclamam-se independentes dos partidos, embora alguns os considerem de extrema-esquerda e outros à serviço da direita, enfraquecendo os partidos social-democratas.

Para eles, embora não o sejam, todos tornaram-se parecidos. Ambos defendem uma ordem econômica econômica inviável, que há quase três anos patina na crise.
Falta de perspectiva semelhante só ocorreu nos anos 20 e 30, quando a soma dos efeitos da Primeira Guerra Mundial e a crise de 29 mergulharam a Europa na pobreza e no desencanto com o futuro.

Emigrou-se para as Américas. Mas também muitos se alinharam aos movimentos autoritários e “salvadores” que terminaram onde sabemos. E, finalmente, a guerra veio ceifar as vidas jovens “excedentes” e permitir um novo período de desenvolvimento e bem estar, agora numa Europa submissa à hegemonia americana.

Que o mundo olhe para estes jovens, em nome da própria humanidade. Que nós, que vislumbramos um futuro para o Brasil, com emprego e crescimento, jamais nos esqueçamos que eles são o que foram muitos de nossos avós e bisavós e que não desejamos para nosos filhos, netos e bisnetos o desamparo desta geração.

Nossa imprensa celebra os movimentos da Praça Tahir, no Egito, e do levante contra toscas ditaduras nos países árabes. Mas ignora que ali, no centro de Madrid, queima um rastilho esplosivo contra governantes de muitos bons modos, democráticos na forma, mas que mergulham o mundo desenvolvido na mesma falta de esperança que levou tantos egipcios às ruas.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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