terça-feira, 29 de março de 2011

A arte islâmica moderna

ANBA
Exposição no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, mostra obras de arte contemporâneas feitas por árabes e muçulmanos. A mostra vai até o dia 03 de abril.

O Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, abriga até o próximo dia 03 a mostra "Miragens", com 58 obras de arte contemporâneas feitas por 19 artistas, principalmente árabes e muçulmanos. Entre os árabes há projetos de argelinos, egípcios, palestinos e iraquianos. Mas há também projetos de iranianos, turcos e até de uma brasileira.

Diferentemente de outras mostras que passaram pelo Brasil, "Miragens" não se destaca por objetos de arte antiga ou encontrados em escavações. O foco desta mostra é a arte contemporânea do Islã. O idealizador do projeto, Rodolfo Athayde, e a curadora, Ania Rodríguez, também assinam a exposição "Islã - Arte e Civilização", em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil.

Entre as obras expostas no Instituto Tomie Ohtake há fotos, esculturas, videoinstalações e pinturas. "Montar 'Miragens' foi, para nós, quase uma necessidade, dado nosso vínculo com a exposição ‘Islã - Arte e Civilização’. Quisemos mostrar uma visão atual do mundo cultural e contemporâneo islâmico", afirma Rodolfo.

Ele reconhece que realizar a exposição não foi fácil. "O máximo que poderíamos conseguir era criar uma mostra a partir do ponto de vista ocidental. Localizamos os artistas islâmicos mais renomados no ocidente, aqueles com exposições na Bienal de Veneza e de Nova York. A partir deles encontramos outros artistas", diz.

Algumas obras atraem mais a atenção. É o exemplo da série "Mulheres de Alá", de Shirin Neshat. São fotos de partes de corpos de mulheres estampadas com textos e letras árabes. Armas aparecem entre os pés, no lugar do brinco ou entre as mãos.

O argelino Rachid Koraichi colabora na exposição com as esculturas "Os que rezam". Nela, diversos bonecos em metal são formados por traços que sugerem movimentos. Há, também, na mesma série, a instalação "Você faz falta até à minha sombra", mas com as esculturas na parede.

Outras obras propõem a reflexão. É o que ocorre nas imagens do iraniano Shadi Ghadirian. São imagens de mulheres muçulmanas em casa, com objetos eletrônicos ocidentais: ao lado de um telefone, com um aspirador de pó na mão ou com um rádio toca-fitas no ombro. Essa e outras obras fazem a relação entre oriente e ocidente.

Em outra, o iraquiano Hassan Massoudy pinta letras árabes coloridas em quadros separados. Em cada quadro, reescreve um ditado árabe. Todas as obras se relacionam ao mostrar que seus autores estão atentos ao que acontece no seu mundo, mesmo, em muitos casos, quando vivem longe de seus países de origem.

"A produção nos países muçulmanos reflete as inquietações que afligem as pessoas daquele universo e a classifica como uma arte mais dinâmica do que a da Europa ou dos Estados Unidos", afirma Rodolfo.

A exposição "Miragens" fica em cartaz até 3 de abril no Instituto Tomie Ohtake (Av. Brig. Faria Lima, 201, entrada pela Rua Coropés, Pinheiros). Informações no telefone 2245-1900. Entrata gratuita.


Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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